terça-feira, 24 de junho de 2008

Perdão Colorido

E a vida ganhou cores. Quando o dia começou, toda existência era breu. Os pássaros não cantavam, as flores eram todas opacas e inodoras, sem qualquer exuberância que delas, em plena primavera, é única . As falas das outras pessoas saem roucas e tímidas como crianças quando apresentadas a outras de mesma etária. Mas a vida ganhou cores! No momento mais inesperado, no minuto mais corriqueiro e efêmero, como aqueles em que espirra-se e recebe-se saúde; em um esbarrão, em um leve encontro de pés, soa a voz: “Desculpa”. O rosto tranqüilo permitiu transparecer o que, no auge de uma terça-feira pela manhã, pareceu ser um sorriso constrangido, que por si só transpassava o sentimento de perdão. Não havia necessidade de palavras. Apenas as feições transmitiam todo o conjunto de informações necessárias, mas ela o fez! Ela disse! Desculpou-se! Ah! Que canto mais belo o dos pássaros, nunca ouvira e duvido ouvir outro mais melodioso; nos tons e odores das flores encontrava-se uma magnificência ímpar; que deslumbrante sonho perceber que todas as mesmas pessoas de antes, não apenas falavam amistosamente, mas também cantavam umas para as outras.
Que delícia de terça-feira viva e colorida.

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